O suor corre em meu corpo, como energia precisando sair, ganhar vida própria, interagir com o mundo, fluir.
O suor molha meu corpo de uma água especialmente minha, mas que só existe como partes de outros; como as idéias, que se fazem nascer de muitos, em tempos e lugares diversos, mas se encontram num tempo e espaço cósmico: as mentes que se permitem ousar.
Suor do trabalho. Suor do desgaste que pode gerar prazer! Suor que sua a pele, como o som ao soar no ar. Cada um de sua forma, com sua maneira de se fazer existir, de se tornar ser, de se propagar. Cada um sendo o que é e se transformando no que será.
Como a energia que se faz eterna ao se transformar, brota de meu corpo o suor, se faz gotículas ao percorrer o relevo da pele que também é minha e sonha com a liberdade de evaporar. Permanecerá em mim apenas pelo tempo necessário de nova metamorfose, de um novo ser, ser. É vida, ainda que não se faça perceber.
E a insistência performática do correr desse líquido por meu corpo, me faz lembrar a vida que existe em mim, que se pretende eternamente fluida e mutável, para que seja eterna como a energia.
Dalva de Castro – 15/03/2011
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