Em
busca. De mim. Do movimento...
Em
busca de quebrar as amarras que aprisionam o corpo em movimento.
Em
busca de encontrar, no outro, um pouco do eu meu.
Querendo
cuidar do que fui e ficou.
Do
que sou e ficará,
do
que serei a partir do que fui e sou.
Querendo
descobrir-me e libertar-me.
Querendo
paz, prazer,
Querendo
o que nem sei ainda ser...
Senti
medo e raiva do medo.
Medo
de errar, como se houvessem erros.
Medo
de gozar, como se fosse pecado.
Medo
de entregar-me, como se fosse proibido.
Medo
de ousar, como se fosse temeroso descobrir o novo.
Tive
vontade de me jogar no chão e não o fiz.
Tive
vontade de voar e não consegui.
Tive
receio de machucar os outros e limitei meus movimentos.
Tive
vontade de manter sempre os olhos fechados, mas os abri.
Senti
tanto e tão pouco,
fiz
apenas o que deu pra fazer.
Mas
criei a certeza de que esse pouco
se
ampliará no movimento da dança, reverberará nas ondas sonoras,
criará
uma nova forma e plasticidade de um ser que,
em sendo uma intensão de ser, está sendo, constantemente.
Dalva de Castro, Piaçabuçu/AL.