sexta-feira, 28 de setembro de 2012

DANÇA DA VIDA



Em busca. De mim. Do movimento...
Em busca de quebrar as amarras que aprisionam o corpo em movimento.
Em busca de encontrar, no outro, um pouco do eu meu.
Querendo cuidar do que fui e ficou.

Do que sou e ficará,
do que serei a partir do que fui e sou.
Querendo descobrir-me e libertar-me.
Querendo paz, prazer,
Querendo o que nem sei ainda ser...
Senti medo e raiva do medo.

Medo de errar, como se houvessem erros.
Medo de gozar, como se fosse pecado.
Medo de entregar-me, como se fosse proibido.
Medo de ousar, como se fosse temeroso descobrir o novo.

Tive vontade de me jogar no chão e não o fiz.
Tive vontade de voar e não consegui.
Tive receio de machucar os outros e limitei meus movimentos.
Tive vontade de manter sempre os olhos fechados, mas os abri.

Senti tanto e tão pouco,
fiz apenas o que deu pra fazer.
Mas criei a certeza de que esse pouco
se ampliará no movimento da dança, reverberará nas ondas sonoras,
criará uma nova forma e plasticidade de um ser que,
em sendo uma intensão de ser, está sendo, constantemente.

Dalva de Castro, Piaçabuçu/AL.

Nenhum comentário:

Postar um comentário