É
o barulho interno que grita mais alto que a batucada.
A
batucada é convite à vida que parece morrer.
Uma
morte silente de olhos que olham para dentro e vê o invisível aos olhos, mas
não sabe o que fazer.
Tentei
acalmar a mente, calar o grito que mandava calar-me ou entender o que aquele
“calar” queria dizer.
Nada
se aquietou...
Apenas
um turbilhão crescente de interrogações povoava a mente, lágrimas teimavam em
escorrer pelos cantos dos olhos e o silêncio agarrava como garras, arranhando
com força a garganta para fazê-la incapaz de falar.
Tentei
libertar as amarras, aceitar o convite da festa, deixar o canto sair e o corpo
dançar, mas o grito dizendo “cale-se!” virou ordem, emudeceu-me.
A
garganta, de tão irritada calou-se por dias.
E enquanto silenciava, ouvia do mais fundo do fundo
do poço, de onde vinha todo aquele barulho interno, um som em sussurros mínimos, dizendo para seguir.
Dalva de Castro, Piaçabuçu/AL.